sábado, 10 de janeiro de 2015

Luso Reads: Primeira editora inclusiva em Portugal

 
Um novo projeto editorial que quer dar resposta às necessidades diferenciadas dos leitores. Os livros da Luso Reads estão redigidos de uma maneira que torna a leitura mais acessível a pessoas com dislexia, défice de atenção ou doentes de Alzheimer e Parkinson, entre outros.
 
O catálogo da Luso Reads será constituído por adaptações à Leitura Fácil de diversas obras literárias, permitindo que pessoas com dificuldades de leitura ou níveis baixos de literacia possam aceder aos mesmos livros que os restantes leitores e ser atendidos na diversidade através da inclusão.
 
Estes livros são indicados para leitores com dislexia, défice de atenção, doentes de Alzheimer e Parkinson, idosos, analfabetos funcionais, pessoas em processo de aprendizagem da língua portuguesa, com problemas de audição, e a pessoas que têm determinados tipos de autismo, entre outros.
 
Os livros de Leitura Fácil são materiais concebidos para que possam ser lidos e compreendidos por pessoas com dificuldades de leitura. Surgiram na Suécia nos anos 70, quando o Ministério de Justiça escandinavo criou um grupo de trabalho que tinha como missão conseguir que os documentos oficiais fossem mais claros e eficazes.
 
Esta maneira de escrever ampliou-se ao mundo literário e, hoje em dia, podem encontrar-se editoras especializadas em Leitura Fácil em quase todos os países europeus. A Luso Reads faz a sua apresentação no mercado português com a adaptação do romance "O Fantasma de Canterville", de Oscar Wilde, o primeiro livro da Coleção Motiva.
 
A adaptação do livro é da responsabilidade da Eugènia Salvador, membro da Associação Espanhola de Leitura Fácil. Posteriomente, a obra foi traduzida para português e revista por Sandra Marques (a única especialista reconhecida neste tipo de materiais em Portugal). Antes de lançar o romance no mercado, a editora fez também uma prova de leitura com 20 pessoas do público-alvo do livro.
 
 
 
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Comorbidade - Dislexia e Discalculia


Márcia Hiromi YoshimatsuAluna de Iniciação Científica LND Graduanda em Psicologia – Universidade Federal de Minas Gerais
 
Alice Tavares - Aluna de Estágio Básico LND Graduanda em Psicologia – Universidade Federal de Minas Gerais

A discalculia e a dislexia são transtornos específicos de aprendizagem, os quais são classificados como dificuldades crônicas. Ambos trazem diversos prejuízos, não apenas no contexto escolar, mas também na vida cotidiana da pessoa, por exemplo, ter dificuldade de ler e compreender uma palavra nova e textos, como em uma reportagem de revista, ter dificuldade de calcular o troco. Para diagnosticar uma criança com esses transtornos é necessário desconsiderar os casos de retardo mental e situações de desgaste emocional, como, por exemplo, mudança de escola, divórcios dos pais e perda de pessoas próximas. Também é necessário levar em consideração os fatores ambientais, tais como falta de motivação, baixa qualidade do ensino, nível socioeconômico e o ambiente em que a criança vive.
 
O diagnóstico é dado a partir de análise de dados fornecidos por testes que avaliam a inteligência e rendimento escolar da criança. No Brasil, utiliza-se o Teste de Desempenho Escolar – TDE e, segundo o DSM-V, considera-se crianças com transtorno específico de aprendizagem aquelas que ficam no mínimo 1,5 desvios padrão abaixo da média das crianças típicas da mesma faixa etária. Além disso, é preciso que haja uma diferença significante entre a inteligência e o desempenho escolar, sendo este último inferior ao esperado para o quociente de inteligência da criança, e essa diferença deve persistir de uma série para outra.
 
A dislexia é o transtorno da aprendizagem relacionado à leitura e é mais frequente em meninos do que em meninas. A criança com dislexia tem uma dificuldade maior na associação grafema-fonema, ou seja, ela tem dificuldade em decodificar as palavras, não conseguindo atribuir um significado ao que está lendo. O disléxico possui uma dificuldade maior na área verbal (ex. linguagem escrita e oral) do que na não verbal (ex. linguagem simbólica). Além desses déficits já citados, a criança apresenta dificuldades na memória de trabalho (ex. compreender uma frase, pois é necessário lembrar das palavras que acabou de ler para que no fim a frase faça sentido), no reconhecimento de letras (ex. diferenciação entre “b”,“d”; “p”, b”; “u”, “v”) e apresenta grande dificuldade em provas de consciência fonológica. A prevalência desse transtorno é de 6-7% e sua causa é multifatorial. Na dislexia, ocorre uma errônea migração neuronal em áreas perisilvianas esquerdas e alteração morfológica de áreas corticais como o sulco temporal superior posterior, giro fusiforme e a área de Broca no hemisfério esquerdo. Esse transtorno pode estar vinculado às síndromes de Down e Klinefelter, porém devem ser desconsiderados os problemas auditivos.
 
A discalculia do desenvolvimento ou transtorno específico da habilidade em aritmética, é a dificuldade de uma pessoa compreender e manipular números e símbolos matemáticos. Pode apresentar, em alguns casos, déficits na coordenação motora, visoespacial e na memória de trabalho. Além disso, discalcúlicos podem apresentar dificuldades em nomear termos e símbolos da matemática, em manipular valores e objetos reais e matemáticos, na significação de símbolos numéricos, na escrita de números, na compreensão e execução de conceitos matemáticos e operações mentais. Esse transtorno está presente em 3-6% da população. Pode estar associado a questões genéticas, como na síndrome de Turner, na síndrome do X frágil, na síndrome velocardiofacial, na síndrome de Williams, as quais estão relacionados com problemas de loci gênicos específicos; relacionado também com a síndrome fetal alcoólica e influências ambientais. Pessoas com discalculia apresentam alterações morfofuncionais no sulco intraparietal e no giro angular do hemisfério dominante.
 
Existe uma grande comorbidade entre os transtornos de aprendizagem, principalmente entre a dislexia e discalculia. Um estudo com uma amostra de 799 crianças em idade escolar publicado no Journal of Learning Disabilities, em 2008, constatou que 15% das crianças com discalculia também apresentavam o transtorno da leitura, e 7% com dislexia apresentavam transtorno na matemática. Na realização de cálculos matemáticos utiliza-se o senso numérico, memória operacional, além de representações simbólicas verbais, assim, quem apresenta dificuldades nas representações verbais, como disléxicos, também terá dificuldade na hora de realizar algumas operações e principalmente problemas matemáticos, que exigem leitura e compreensão do texto.
A discalculia e a dislexia são transtornos que causam prejuízos na vida acadêmica e profissional de muitas pessoas. Devido à dificuldade de diagnosticar esses transtornos, seria o ideal desenvolver políticas na área de educação que identificassem previamente os sintomas para que houvesse uma intervenção mais efetiva de forma a facilitar a aprendizagem, tentando preencher as lacunas existentes causadas pelos transtornos.
 
Referências:
CARVALHO, A.M.P., REIS, I., NORI, M.C. Vida de ensino (ISSN 2175 – 6325) problemas na educação matemática do ensino fundamental por fatores de dislexia e discalculia. 2010. Vi. En., v. 02, n. 08 p. 66-72.
HAASE, V.G., et. Heterogeneidade Cognitiva nas Dificuldades de Aprendizagem da Matemática: Uma Revisão Bibliográfica. 2012.
HAASE, V.G., et. O estatuto nosológico da discalculia do desenvolvimento. 2011. p.139-144.
HAASE, V.G., FERREIRA, F. O. Neurociência cognitiva e educação matemática. In: IV Encontro de Educação Matemática de Ouro Preto. 2009. Ouro Preto. IV Encontro de Educação Matemática de Ouro Preto. Ouro Preto : Editora UFOP, 2009.
HAASE, V.G., et.  Discalculia e dislexia: semelhança epidemiológica e diversidade de mecanismos neurocognitivos. 2011. Mar. p.257-252.
MAZZOCCO, M.M.M.,PhD, and GRIMM, K.J.,PhD. Growth in Rapid Automatized Naming From Grades K to 8 in Children with Math or Reading Disabilities. Journal of Learning Disabilities. 2013 Fev.
SILVA, P. A. da, SANTOS, F.H. dos.  Discalculia do Desenvolvimento: Avaliação da Representação Numérica pela ZAREKI-R. Abr-Jun 2011, Vol. 27 n. 2, pp. 169-177.
 

A ORIENTAÇÃO E DESORIENTAÇÃO NA DISLEXIA

 
Os disléxicos sofrem com a desorientação e ela acaba por comprometer seu rendimento escolar. Esta talvez seja a maior responsável pelo fracasso escolar, ou seja, a falta de orientação.

 A orientação significa saber onde estamos em relação ao ambiente. Se analisarmos no campo da perceção, podemos defini-la como a capacidade de  descobrir fatos e condições do meio e se colocar numa relação adequada.  Quando ouvimos, vemos ou sentimos o mundo exterior a partir de um determinado ponto de vista, isto só vai fazer sentido se o indivíduo estiver orientado.

 Exemplificando de forma prática, nós olhamos o mundo com os dois olhos. A partir daí o cérebro compara as duas imagens obtidas e usa estas para formar uma imagem mental tridimensional que nos informa sobre a distância e profundidade.  O mesmo acontece com os ouvidos para determinar em que direção o som vem vindo.  A desorientação ocorre quando estamos carregados por estímulos ou pensamentos. Isto acontece quando o cérebro recebe informações conflituantes, dos diversos órgãos dos sentidos, e tenta correlaciona-las.

 Quando nós estamos desorientados, o nosso cérebro vê movimento em objetos que na realidade estão imóveis ou seu corpo se sente como se você estivesse se movendo, quando na realidade está parado.  Isto vai fazer o sentido de tempo se tornar mais lento ou mais acelerado. Quando a desorientação ocorre, todos os sentidos, exceto o paladar, são alterados.

 No caso da dislexia, eles não experimentam a desorientação, e sim, eles fazem ela acontecer. Os disléxicos usam a desorientação num nível inconsciente a fim de perceber multidimensionalmente pois, alterando seus sentidos, eles são capazes de experimentar as múltiplas visões de mundo levando eles a perceberem os objetos a partir de várias perspetivas.

 Quando estão aprendendo a ler, as confusões se amontoam e ele irá atingir seu limite de tolerância a confusão. Esta confusão faz com que ele não veja o que realmente está vendo e o que está escrito na página, mas sim, o que ele pensa que está vendo na página.
Da mesma forma em que a desorientação trás prejuízos, ela também trás vantagens aos disléxicos. Segundo Ronald Davis e Eldon Braun, fazendo esta acontecer, eles desenvolvem outras habilidades tais como:
  • são capazes de usar seu dom mental para alterar e criar perceções;
  • são altamente conscientes do meio ambiente;
  • são mais curiosos que a média geral;
  • pensam bem mais em imagens do que em palavras que os tornam altamente criativos;
  • usam todos os sentidos para perceber o mundo de forma multidimensional;
  • são altamente intuitivos e capazes de múltiplos insights;
  • tendem a vivenciar o pensamento como realidade;
  • são capazes de criar imagens vívidas.
 
Estas características levam os disléxicos a terem uma inteligência na média ou acima da média.
 
 
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Estudo - Dislexia, Disgrafia, Disortografia e Discalculia


Diana Teresa Coelho
 

Resumo
 
Dentro do grande grupo das Necessidades Educativas Especiais (NEE), as Dificuldades de Aprendizagem (DA) são a problemática com maior taxa de prevalência (48%). Segundo a Associação Portuguesa de Pessoas com Dificuldades de Aprendizagem Específicas, o número de alunos com estes distúrbios tem vindo a aumentar, registando-se atualmente uma prevalência de 5% a 10% da população total de alunos. Assim, torna-se imprescindível que quem convive, ensina e/ou trabalha diariamente com crianças com Dislexia, Disgrafia, Disortografia e/ou Discalculia esteja preparado para compreender as suas características e responder às suas necessidades específicas, designadamente promovendo a criação de contextos educativos e pedagógicos individualizados, que estimulem o desenvolvimento pessoal e social, a aprendizagem e o sucesso escolar e profissional.
 
Palavras-Chave: Dificuldades de Aprendizagem Específicas; Dislexia; Disgrafia; Disortografia; Discalculia.
 
http://pt.scribd.com/doc/243750931/Dislexia-pdf#scribd

O que é Dislexia:

 
 
Dislexia é um distúrbio específico da linguagem, congênito e hereditário, caracterizado pela dificuldade de decodificar palavras simples. Não é uma doença, mas sim uma dificuldade de aprendizagem, na qual a capacidade da criança para ler ou escrever está abaixo do seu nível de inteligência.
 
A palavra "dislexia" significa "dificuldades na leitura e na escrita", onde dis = distúrbio, lexia (latim)  leitura; (grego) = linguagem. A dislexia mostra uma insuficiência no processo fonológico, em que as dificuldades de decodificar palavras simples não são esperadas em relação a idade.
 
Mesmo recebendo uma instrução convencional, tendo inteligência adequada, oportunidade sociocultural e não apresentando distúrbios cognitivos e sensoriais, há uma falha no processo de aquisição da linguagem por parte da criança. A dislexia manifesta-se através de várias formas de dificuldade, com as diferentes formas de linguagem, incluindo frequentemente problemas de leitura, aquisição e capacidade de escrever e soletrar.
 
Tipos de Dislexia
Dislexia Acústica
Caracteriza-se pela insuficiência para a diferenciação acústica dos fonemas e na análise e síntese dos mesmos, ocorrendo omissões, distorções, transposições ou substituições de fonemas. Os fonemas são confundidos devido à sua semelhança.
 
Dislexia Visual
A criança apresenta falta de precisão na coordenação viso-especial, o que se manifesta na confusão de letras parecidas graficamente.
 
Dislexia Motriz
Há dificuldade para o movimento ocular, com nítida limitação do campo visual, levando a retrocessos e, principalmente, intervalos mudos durante a leitura.

Dislexia pode causar baixo desempenho escolar.

 

 
Baixo desempenho da criança na escola pode ser sinal de dislexia. O alerta é do neurologista do Hospital São Luiz Jabaquara e Hospital da Criança, Paulo Breinis.
 
O médico explica que o transtorno é diagnosticado a partir dos oito anos de idade, mas os primeiros sinais podem aparecer bem antes.

A dificuldade em relacionar os símbolos torna o hábito da leitura menos interessante para quem tem dislexia. Erros de gramática são frequentes, além da dificuldade em compreender os textos.
 
Apesar de não haver cura para o distúrbio genético, o neurologista Paulo Breinis explica que é possível amenizar o transtorno.

 A confirmação da dislexia pode ser feita por meio de testes aplicados por uma equipe formada por neuropsicólogo, pedagogo, psicólogo e fonoaudiólogo.

 Com o diagnóstico, a criança terá alguns direitos como maior tempo de provas, além de um auxílio especial dos professores. Quanto mais tarde a dislexia for identificada, mais difícil ficará a alfabetização da criança.
 
 
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Estudo - As barreiras encontradas pelo disléxico no ensino regular - Ana Carolina Bassi Stern

RESUMO
Os alunos que possuem um distúrbio de aprendizagem apresentam um conjunto de inabilidades em áreas diversas. Cerca de 35% das crianças em idade escolar possuem algum distúrbio de leitura e escrita, sendo o distúrbio mais comum é a dislexia que é definido como sendo um distúrbio neurológico de origem congênita em crianças com potencial intelectual normal que mesmo não possuindo distúrbios sensoriais e tendo acesso a educação, não conseguem adquirir ou desempenhar satisfatoriamente a habilidade de leitura e/ ou escrita. Estas dificuldades podem vir a atrapalhar a escolarização do disléxico. Este trabalho tem como objetivo fazer um levantamento das principais barreiras encontrados pelos alunos com dislexia no ensino regular. Para realizar este levanto fez-se um estudo de caso, onde um aluno que já havia concluído o ensino médio relatou os principais problemas por ele enfrentados durante este período. Com base em seus relatos pode-se levantar a hipótese de que os alunos com dislexia acabam ficando deslocados e são mais sujeitos a sofrerem bullying na escola, ou ainda podem ser subestimados por professores ou terem dificuldade com o sistema avaliatório; por esses motivos não conseguiriam, portanto, desenvolver-se plenamente.

Palavras-chaves: dislexia, educação inclusiva, ensino regular

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Test Dyslexia para Adulto – Como saber se tem dislexia

 

A dislexia agora está se tornando um problema comum. O número de casos identificados de dislexia pode ser maior hoje em dia não, porque há demasiados adulto disléxico nesta geração, mas porque as pessoas estão mais conscientes da condição e eles estão abertamente sujeitando-se a teste de dislexia adulto e tratamentos.
Nas últimas décadas, as pessoas não eram tão familiar sobre dislexia. Muitas pessoas que sofrem da condição cresceu sem tratamento, enquanto outros felizmente superou o problema naturalmente. Agora que a dislexia é abertamente identificada como uma condição séria, você deve procurar imediatamente ajuda profissional uma vez que você suspeitar que você tem dislexia.
 
Há muitas maneiras de como você pode dizer se você está sofrendo de dislexia. Você deve estar muito atento. Há vários sinais que você pode exposição que pode ser observado naturalmente. Mas se você tem dislexia, há vários sinais que indicam que você está em estado grave.
 
Como uma pessoa responsável, que seria a sua tarefa de identificar se você tem dislexia através do teste adulto dislexia adequada. E é seu dever máximo para lidar com a situação muito bem. Você deve procurar imediatamente atendimento profissional e ajuda para que você possa efetivamente receber o tratamento necessário.
Você deve determinar imediatamente se você tem dislexia para que você possa buscar abruptamente ajuda médica e especialista. Aqui estão teste adulto dislexia simples que indicam claramente se você tem dislexia:
 
-Um teste adulto dislexia você poderia fazer é deixar que alguém execute um teste de habilidades de ortografia com você. Disléxicos têm dificuldade em soletrar palavras simples e incômodos. Mesmo palavras simples e comuns e curtas são muitas vezes com erros ortográficos. Exemplos dessas palavras são: amigo, o suficiente, eles, porque, ilha, qualquer, dito e muitos. Outras palavras são mal escrito de uma forma que a ortografia vai com o som das palavras. Os exemplos são: viagem / Jerney, não / dus, bata / nock, pesquisa / advanced e por favor / plese
 
– Você está confuso para distinguir a esquerda da direita.. Faça um teste simples para que você poderia dizer se você está tendo um problema para reconhecer esquerda e direita. Use um teste adulto dislexia simples, pedindo alguém para lhe dar instruções para usar o dedo para a esquerda para apontar para o seu pé direito. Esse teste simples seria criar uma comoção de sua parte
 
– Alguém Outro teste adulto dislexia simples está pedindo para ajudá-lo a avaliar se você tem problemas em entender as lições de matemática. Disléxicos são geralmente encontrando dificuldade para conceituar sequências
– Disléxicos são extremamente desorganizado. Certamente, as pessoas ficam desorganizadas, mas você poderia dizer que um problema de desorganização pessoa disléxica é muito pior
– Você não seria capaz de escrever o que você sente no papel
– Há um problema de compreensão. Um teste simples adulto dislexia é avaliar a sua capacidade de compreensão. Você poderia achar que é difícil manter o que é dito a você. Você também não seria capaz de repetir as palavras, disse-lhe
– Outro teste adulto dislexia simples é avaliar se você tem dificuldade em seguir instruções. Disléxicos têm dificuldade de seguir as instruções específicas. Isto é especialmente verdadeiro se as instruções envolvem várias seqüências, ou há três ou mais procedimentos que você tem fazer.
 
Uma vez que você suspeitar da presença da dislexia depois de executar um teste de dislexia adulto simples, seria melhor se você iria manter a compostura e procurar imediatamente ajuda especializada para avaliação. A dislexia pode ser uma condição séria, mas com certeza não é tão complicado e sério se você resolveria o problema de imediato.

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segunda-feira, 5 de janeiro de 2015



1 em cada 10 pessoas tem dislexia
Conheça disléxicos famosos





A atriz norte-americana Whoopi Goldberg sofre de dislexia, segundo a Associação Brasileira de Dislexia




 
 




A escritora Agatha Christie tinha dislexia. "Escrita e ortografia foram sempre muito difíceis para mim. Minhas cartas eram sem originalidade", disse a escritora sobre a dislexia





O ator Tom Cruise é um dos disléxicos famosos, segundo a Associação Brasileira de Dislexia






O gênio da física Albert Einstein também tinha dislexia, segundo a Associação Brasileira de Dislexia






 
A cantora Cher, disléxica, disse, em 1985, que era uma "leitora horrível". "Eu não escrevo cartas. Eu os números não temos absolutamente nenhuma relação. Posso discar um telefone OK, desde que não seja de longa distância. Escrevo a primeira letra da palav




O naturalista Charles Darwin, que formulou a teoria da evolução e seleção natural das espécies, também era disléxico




Jackie Stewart, uma das lendas da Fórmula 1, está na lista de disléxicos famosos, segundo a Associação Brasileira de Dislexia  








O ex-presidente norte-americano Franklin Delano Roosevelt era disléxico. A doença atinge cerca de 10% da população mundial






 Conhecido por seus girassóis, o pintor Vincent Van Gogh sofria de dislexia, segundo a Associação Brasileira de Dislexia       

 
 


 

 


 O pintor espanhol Pablo Picasso também tinha dislexia, segundo a Associação Brasileira de Dislexia


 
 

Dislexia: conhecer é a melhor forma de tratar

 
Distúrbio afeta aproximadamente 5% da população brasileira e atrapalha a leitura e a escrita. O diagnóstico de uma criança disléxica pode ser feito a partir da alfabetização
 

O diagnóstico da dislexia não quer dizer que se filho esteja condenado a não aprender

As notas vermelhas já irritaram muitos pais e professores, mas elas podem ser indicadores de um problema mais sério do que desinteresse e desleixo: a dislexia, um distúrbio que afeta a capacidade de ler e escrever. A condição afeta cerca de 5% da população brasileira, de acordo com o Instituto ABCD, organização social voltada para jovens com dislexia e outras dificuldades de aprendizagem, e 17% da população mundial.
Por se tratar de uma herança genética e não ter relações com distúrbios psicológicos, a dislexia não tem cura, mas o tratamento, feito com fonoaudiólogos, psicólogos e psicopedagogos, costuma trazer uma vida normal aos portadores do transtorno, já que segundo especialistas o desenvolvimento intelectual e a capacidade de comunicação não são afetados.
O diagnóstico de uma criança disléxica pode ser feito a partir da alfabetização, e é aí que o papel do professor se torna imprescindível. Geralmente, é ele quem percebe que a evolução do aluno está abaixo da esperada. Se esse for o caso, a criança deve ser submetida à análise de uma equipe para saber se ela tem dificuldades pontuais ou se é disléxica.
Saber se a pessoa é portadora de dislexia e as características do distúrbio é o melhor caminho para ajudá-la e evitar prejuízos no desempenho escolar e social, além de títulos pejorativos e bullying que levam à baixa-estima.
Sintomas
 Crianças com dislexia costumam demorar mais para ler do que as outras. Isso acontece porque elas têm dificuldade em identificar palavras e associá-las a seus sentidos. O problema prejudica a consciência fonográfica, isto é, a habilidade de diferenciar sons parecidos. Assim, letras com pronúncias semelhantes, como B e D, costumam ser trocadas na escrita, o que gera erros ortográficos. Crianças disléxicas também têm dificuldade de memorizar regras de ortografia e até de juntar duas letras para formar uma sílaba simples.
Pela dificuldade de formar palavras e dar significados a elas, os portadores do distúrbio costumam apresentar lentidão na hora de construir frases. Muitas vezes, as sentenças têm sentido, mas são gramaticalmente incorretas, como “eu era com fome”. A criança também pode escrever palavras de trás para a frente, como se o texto tivesse sido colocado diante de um espelho. A escrita espelhada é decorrência da dificuldade na formação de palavras e no aprendizado do alfabeto.
A dislexia afeta, ainda, a memória operacional, conhecida popularmente como memória de curto prazo, acionada para anotar um número de telefone antes de esquecê-lo ou ao realizar operações matemáticas. Por isso, ordens longas – como abrir um determinado livro em uma determinada página e fazer um determinado exercício – são um desafio para os disléxicos.
Não é o fim
 O diagnóstico da dislexia não quer dizer que se filho esteja condenado a não aprender. Pelo contrário, a Associação Brasileira de Dislexia apresenta vários casos de pessoas que apresentaram o distúrbio e foram altamente produtivas – algumas chegaram a mudar a história, devemos muito a elas!
É o caso de Charles Darwin e Albert Einstein. Sim, eles eram disléxicos, segundo a associação. A atriz Whoopi Goldberg, a escritora Agatha Christie, o ator Tom Cruise, a cantora Cher, o ex-presidente norte-americano Franklin Roosevelt e os pintores Vincent Van Gogh e Pablo Picasso também apresentavam dislexia.

domingo, 4 de janeiro de 2015

Dislexia Adquirida, Lou de Olivier e Trajetória das Pesquisas

A Dislexia Adquirida foi identificada por Lou de Olivier noventa e oito anos após a primeira detecção da Dislexia (isolada) pelo Médico alemão Oswald Berkhan. Aliás, foi em livro alemão que Lou de Olivier percebeu que havia "adquirido" este distúrbio durante o afogamento que sofreu em 1978. E passou a defender a possibilidade de um distúrbio, no caso, a dislexia ser adquirido numa anoxia/hipóxia (diminuição/ausência de oxigenação cerebral)
Atribui-se a Oswald Berkhan, médico alemão, a primeira identificação da dislexia em 1881, mas o termo "dislexia" foi cunhado em 1887 por um oftalmologista também alemão, Rudolf Berlin. Apesar do termo ser citado na Alemanha desde aquela época, demorou para ser usado em outros países, especialmente no Brasil, onde, até algumas décadas atrás, ainda se intitulava Cegueira verbal e até hoje há quem defenda apenas a causa hereditária/genética, negando-se a aceitar a evolução das pesquisas não só de Lou de Olivier mas de diversos outros profissionais e pesquisadores de dislexias no mundo todo.

Trajetória das pesquisas:
1896: W. Pringle Morgan descreveu a “Cegueira de Palavra Congenital” publicado em British Medical Journal..

1890 a 1900: James Hinshelwood publicou vários artigos sobre dislexia e publicou, em 1917, livro “a Cegueira de Palavra Congenital”, sugeriu que o maior problema na dislexia era a deficiência na memória visual de palavras e letras. Lesão cerebral era outra causa muito estudada mas, em 1925, Samuel T. Orton escreveu que a dislexia não dependia de lesão ou dano cerebral. Orton, em parceria com a Psicologa Anna Gillingham, desenvolveu as intervenções educacionais que formaram a base do ensino multisensorial que até hoje são usadas para ensinar crianças disléxicas.

1951 G. Mahec fez experimento em que percebeu que crianças sem dislexia leram da esquerda para a direita mais facilmente e crianças disléxicas leram na mesma velocidade independente do sentido que liam e 10% dos disléxicos leu melhor da direita para a esquerda. Isso deu início à ideia do hemisfério esquerdo ser maior nos portadores de dislexia. Esta ideia seguiria por muitos anos até que Lou de Olivier elucidou este tema (em 2003)

Nos anos 70 entendeu-se a importância da consciência fonológica na dislexia. Em 79, enquanto Lou de Olivier afirmava sua  “Dislexia Adquirida” num afogamento, Galaburda e Kemper relataram suas descobertas após observarem cérebros pós-autópsias das pessoas disléxicas,que os centros de línguas nestes eram diferentes dos normais. Por ter perdido a capacidade de leitura, Lou dependia de amigos que liam para ela livros sobre psiquiatria e correlatas. Foi num livro alemão, (do qual Lou, infelizmente, não recorda o título), lido por um amigo que tinha fluência no idioma, que Lou verificou os sintomas descritos e teve certeza de ter adquirido o referido distúrbio. Os principais sintomas eram ausência de memória, incapacidade de leitura, ausência de concentração.

Passou a relatar sua descoberta a todos os Médicos que a atendiam porém nenhum deles se convenceu pelos seus argumentos. Até porque o distúrbio dela era novo, ela escrevia com certa fluência mas não conseguia ler em Português e perdera a capacidade de falar, ler e escrever em outros idiomas. As pesquisas mais avançadas na época eram com cérebros de disléxicos falecidos, Médicos estudavam a diferença do centro de linguagem nos cérebros disléxicos versus não disléxicos. Como admitiriam a possibilidade de se “adquirir um distúrbio”? Parecia-lhes apenas um grande devaneio de uma adolescente desmemoriada.

Uma busca pelo Google acadêmico dá uma série de artigos com títulos que remetem à Acquired Dyslexia publicados a partir de 1977, porém, lendo-os na íntegra percebe-se que estudos preocuparam-se com inabilidade de leitura deixando em aberto as causas que levaram à Dislexia e até hoje as comprovações oficiais são voltadas à Dislexia Adquirida por AVC e outras doenças cerebrais. Lou desde 1978 defendeu a Dislexia causada por acidentes com privação de oxigênio no cérebro (Afogamentos, enforcamentos, anoxia/hipóxia perinatal/neonatal)

Após três anos de testes e exames em que os Médicos afirmavam não detetar nada físico e recusavam-se a aceitar a teoria que esta defendia, a de ter “adquirido uma dislexia”, restavam a ela só duas opções: Conformar-se em viver desmemoriada para sempre ou busca, de forma independente, solução ao seu caso. Cursava teatro para auxiliar a recuperação de memória e já conseguia, com dificuldade, ler, mas esquecia tudo assim que lia. Passou a gravar tudo que precisava lembrar, textos, artigos, livros e ouvir as gravações de forma contínua, inclusive, durante o sono. Este método deu origem ao que hoje ela aplica como Multiterapia. Obviamente, hoje, com muito mais bases científicas.

Em 1981 recuperou a fluência de leitura e passou a pesquisar com mais intensidade, já não dependia de ninguém para ler para ela. Seguiu pelo bacharelado em Artes Cênicas e estudou Musicoterapia, englobando os recursos das Artes no método que já apresentava bons resultados com portadores de autismo e Down.

Entre 1981 e 1996, ano em que publicou o primeiro artigo oficial sobre a Dislexia Adquirida, Lou cursou Psicopedagogia, Neuropsicologia, Psicanálise e muitos treinamentos em Psiquiatria. Em 1989, seguindo a linha de pesquisa de Galaburda e Kemper, surgiram estudos de Cohen e outros desenvolvimento cortical era danificado nos primeiros seis meses do crescimento fetal do cérebro nos disléxicos. Pesquisas oficiais sugeriam a genética/hereditariedade e, os anos 90 trouxeram técnicas de neuroimagem com mais pistas sobre o processamento fonológico nos disléxicos. Ninguém cogitava a possibilidade do distúrbio adquirido em acidente e nem uma anoxia ou hipóxia perinatal.

Mas agora Lou não era mais só uma jovem desmemoriada, já se posicionava como Psicopedagoga e Psicoterapeuta, com especializações, extensões e, acima de tudo, com sua vivência prática. Com força e determinação seguiu publicando, palestrando, divulgando a dislexia adquirida no Brasil e exterior, especialmente Europa (Inglaterra e Portugal), onde escreveu em revistas impressas e eletrônicas, sugeriu a muitos pesquisadores que verificassem a possibilidade de aquisição de um distúrbio e conquistou dois prêmios.

A partir de 1996 foram 9 livros didáticos, inúmeros artigos em revistas e jornais, entrevistas em rádio e TV, além de dois programas próprios Lou e Você (1999) e De tudo um pouco (2008/2009), sempre elucidando a Dislexia Adquirida e distúrbios diversos.
Em 2011/2012 a Dislexia Adquirida foi oficializada nos descritores da Saúde, Português, Espanhol e Inglês (Acquired Dyslexia). Hoje encontra-se a descrição de Dislexia Adquirida em diversos sites, artigos e em descritores oficiais como National Library of Medicine - Medical Subject Headings, inclusive, variações da dislexia adquirida tais como Acquired Global Dyslexia, Acquired Spelling Dyslexia, Acquired Alexia entre outros que virão.

E isso só é possível porque Lou de Olivier não se acomodou com um diagnóstico fatalista, ela estudou, pesquisou, impulsionou outros pesquisadores, encontrou a solução para sua dislexia adquirida e levou suas descobertas a todo o mundo. Leia este artigo na íntegra e com detalhes de pesquisa:
 

sábado, 3 de janeiro de 2015

Designer cria font para ajudar pessoas com dislexia

 
O designer holandês Christian Boer acaba de provar (mais uma vez) como o design pode melhorar o mundo ao criar uma fonte tipográfica especial para pessoas com dislexia.
 
Redefinida em 2003 como uma dificuldade para o aprendizado, a dislexia causa problemas de leitura de letras individuais – principalmente do alfabeto romano, no qual as letras podem ser um pouco difíceis de serem diferenciadas e às vezes acabam se misturando.
 
Sabendo disso, Boer criou a fonte tipográfica Dyslexie, que possui letras mais gordinhas e formatos mais distintos, além de um maior espaçamento entre os caracteres, para facilitar a leitura e impedir que as letras sejam confundidas.
 
Para quem curtiu, a fonte está disponível gratuitamente para download caso o uso seja doméstico aqui:
 

Disléxicos Famosos: Leonardo da Vinci

 
Leonardo da Vinci para além de ter sido um pintor de exceção, sendo a Última Ceia e Mona Lisa duas das suas pinturas mais conhecidas, figurando no inventário universal como duas das melhores obras de todos os tempos, foi ainda um exímio escultor, arquiteto e engenheiro, para além de geólogo, astrónomo, matemático, inventor e, até, músico. É, portanto, posso afirmá-lo com toda a convicção, um homem da renascença por excelência, talvez o seu arquétipo. Um dos maiores génios da humanidade, difícil de igualar, talvez o génio universal. Assim sendo, os trabalhos de Leonardo da Vinci refletem, sem margem de dúvida, o seu génio criativo, deixando-nos perplexos com a afoiteza das suas criações e levando-nos a refletir sobre o grande património mundial que é a mente humana, havendo, assim, que preservá-la, incentivá-la e respeitá-la. E é por aqui que vou, deformação profissional (?), tendo Leonardo da Vinci como exemplo.
 
Leonardo da Vinci, génio, cuja sobredotação (inteligência, criatividade) seria incomensurável, mas também Leonardo da Vinci, enigmático, a escrita em espelho, a obsessão por alavancas e engrenagens para construir mecanismos apostos ao movimento, de tal forma que constituíram talvez o âmago de quase todas as suas invenções, a sua procrastinação crónica. Será que era portador de uma qualquer necessidade especial? Na minha ótica, sim. A escrita em espelho, cuja explicação é dada por muitos estudiosos como possível estratégia para esconder as suas invenções dos outros, para que lhe não roubassem as suas ideias, creio que terá a ver com as dificuldades de aprendizagem específicas, neste caso concreto, com a dislexia, uma vez que a maioria das suas anotações para descrever os seus inventos que, como disse, era feita escrevendo da direita para a esquerda, é uma característica dos indivíduos esquerdinos com dislexia. Leonardo da Vinci era esquerdino. A sua quase obsessão por alavancas e engrenagens e a sua procrastinação crónica são características que podem muito bem enquadrar-se numa desordem por défice de atenção ou, mesmo, numa síndroma de Asperger. E se assim é, estou convencido que assim foi, então estaremos perante uma “dupla excecionalidade”, a de um génio, talvez a pessoa mais talentosa que alguma vez existiu, e a de um indivíduo com necessidades especiais que soube, provavelmente apoiado no seu imenso talento, na sua perseverança, contorná-las.
E as nossas crianças talentosas, mas com dificuldades de aprendizagem específicas e/ou com desordem por défice de atenção/hiperatividade, ou com síndroma de Asperger? Quantas, mesmo tentando apoiar-se no seu talento, terão ficado pelo caminho do insucesso? É que, infelizmente, no nosso país, o sistema educativo não reconhece as crianças com dificuldades de aprendizagem específicas como recetoras de serviços especializados, comummente designados por serviços de educação especial, deixando-as totalmente entregues à sua sorte. E a sua sorte é, geralmente, o infortúnio da retenção. Das retenções que levam ao abandono escolar.
Nesta perspetiva, como vejo os trabalhos de Leonardo da Vinci? Como testemunho do poder da mente em alcançar o inalcançável e como confirmação de que as necessidades especiais podem coabitar admiravelmente com o talento, neste caso com o génio.
Esta coabitação leva-me a pedir aos adultos deste nosso País, aos pais e às mães, para não se esquecerem de sensibilizar os seus filhos para a diferença tão bem retratada na “dupla excecionalidade” de Leonardo da Vinci e, tendo por base essa “dupla excecionalidade”, para os encorajarem a compreender não só a importância das nossas capacidades, por vezes elevadíssimas, mas também das nossas necessidades, por vezes a precisarem de apoios vários, especializados amiúde. Uma palavra acrescida para os pais das crianças com dificuldades de aprendizagem específicas, crianças cujos problemas de origem neurológica (dislexias, disgrafias, discalculias) as levam a experimentar insucesso numa ou mais áreas académicas e até no ajustamento social, apesar de possuírem uma inteligência tantas vezes acima da média: Lutem pelos seus direitos. Leonardo da Vinci pode servir-lhes de modelo e, a vós, de incentivo para pressionarem os responsáveis pela educação a disponibilizarem serviços especializados, se esse for o caso, para que os vossos filhos possam abraçar o sucesso que merecem.

Principais Sinais da Dislexia

 
Os disléxicos têm algumas características que podem ser observadas de acordo com cada faixa etária. Sendo assim, para o encaminhamento a  uma avaliação mais detalhada, podemos observar os seguintes aspectos de acordo com cada fase o ensino escolar:
DOS CINCO AOS OITO ANOS:

- tem atraso na leitura de dois anos ou mais em comparação a crianças da mesma idade;
- a velocidade da leitura é bem inferior a 50 palavras por minuto;
- comete erros de escrita frequentes como: omissões, substituições, inversões de fonemas, vogais e consoantes;
- compreensão pobre do texto;
 - QI normal ou superior;
 - baixo rendimento na ortografia;
- baixo rendimento nos cálculos matemáticos, principalmente, multiplicação;
- movimentos involuntários, especialmente, quando lê e escreve;
- não gosta de ir a escola;
- não gosta das aulas pois não tem motivação para a aprendizagem escolar;
 - ansiedade e medo na hora de ler em voz alta.

DOS NOVE AOS DOZE ANOS:

 - copia lentamente do quadro e com erros;
 - dificuldade em recordar a tabuada;
 - comete muitos erros de ortografia;
- sente-se frustrado, faz birras e tem problemas de comportamento, especialmente associados em situações de realização de trabalhos escolares;
- não quer ir a escola;
 - sente dificuldade em colocar as suas ideias por escrito;
- a leitura é lenta se comparada com a de crianças da mesma faixa etária;
- não gosta de ler, especialmente, em voz alta;
- não percebe o que lê, omite palavras ou interpreta mal a leitura;
- dificuldade em seguir instruções, especialmente, se forem dadas de forma escrita;
- a escrita tem pouca ou nenhuma pontuação.

DOS TREZE ANOS EM DIANTE:

 - dificuldade em distinguir o lado direito e esquerdo;
- dificuldade em ler mapas ou de encontrar a direção em um lugar desconhecido;
- se sente desconfortável para ler em voz alta;
- demora muito tempo para ler a página de um livro;
 - dificuldade em perceber ou recordar tudo que leu;
- não gosta de ler livros longos;
 - dificuldade para soletrar palavras;
- caligrafia difícil de ler;
- fica confuso em falar em público;
 - dificuldades em escrever mensagens pelo telefone;
 - dificuldade em dizer os sons na ordem correta em palavras muito longas;
- dificuldade em fazer cálculos de adição e de subtração de cabeça sem usar dedos e papel;
- confunde-se quando disca os números de telefone;
 - tem dificuldade em dizer os meses do ano rapidamente;
 - confunde datas, horas e esquece compromissos importantes;
- acha o preenchimento de formulários algo difícil;
 - confunde 59 e 95.

Dislexia é causada por ruído em conectividade cerebral


A dislexia (dificuldade para ler e compreender o idioma) pode ser resultado de uma má conectividade entre duas regiões do cérebro, uma pesquisa que lança nova luz à origem deste transtorno neurológico que afeta 10% da população mundial.
 
Segundo Bart Boets, autor principal do estudo publicado na revista americana “Science”, durante várias décadas neurologistas e psicólogos atribuíram este problema de aprendizagem a uma representação mental defeituosa das palavras, inclusive fonemas, elementos sonoros característicos da língua.

Para confirmar esta hipótese, os cientistas examinaram com uma ressonância magnética 45 estudantes de 19 a 32 anos, 23 dos quais eram severamente disléxicos, para obter imagens tridimensionais do seu cérebro quando escutavam diferentes séries de sons.

“Assim foi possível obter um bom registro neuronal de representações fonéticas dos sons escutados”, explicou Boets, psicólogo da Universidade Católica de Lovaine, na Bélgica.

Os participantes, todos destros e de língua flamenga, escutaram uma série de sons como “ba-ba-ba-ba” e deviam identificar o que era diferente, um exercício que, segundo os cientistas, requer uma boa representação mental dos diferentes fonemas.

Os pesquisadores descobriram que as respostas do grupo de disléxicos e a intensidade de suas reações neuronais foram similares aos do grupo de controle. “Suas representações fonéticas mentais estavam perfeitamente intactas”, disse Boets.

Mas os participantes disléxicos foram aproximadamente 50% mais lentos para responder, segundo os cientistas.

Acesso defeituoso à região cerebral dedicada à linguagem – Quando analisaram a atividade geral do cérebro, os autores do estudo descobriram que os disléxicos tinham uma coordenação menor entre 13 regiões do cérebro que têm a ver com os sons básicos e a Área de Broca, uma das principais responsáveis ao processamento da linguagem.

Outras análises revelaram que quanto mais frágil é a coordenação entre estas duas regiões cerebrais, mais lenta é a resposta dos participantes.

Isso demonstraria que a causa da dislexia não é uma má representação mental dos fonemas, mas um acesso defeituoso destes sons na região do cérebro que processa o som, concluíram os autores.

Para Frank Ramus, cientista especialista neste tema na École Normale Supérieure de Paris, que não participou deste estudo, “esta é a pesquisa mais conclusiva em 5 anos” sobre a dislexia.
“Se estes resultados se confirmarem vão mudar completamente nossa compreensão da dislexia”, disse em um artigo à parte, publicado na “Science”.

No entanto, outros especialistas se mostram mais céticos.

Michael Merzenich, neurologista da Universidade da Califórnia em San Francisco (oeste dos EUA), disse não estar convencido de que a atividade neuronal medida no estudo seja representativa dos diferentes fonemas ouvidos.

Para Iris Berent, linguista da Universidade Northeastern em Illinois (norte dos EUA), também citada em um artigo da revista “Science”, as diferenças nos sons usados neste estudo foram muito óbvias.

Um método mais preciso seria provar contrastes mais sutis entre os sons ambíguos com os quais os disléxicos têm a maior dificuldade, disse, em desacordo com Boets e Ramus.

Mas, segundo Ramus, “a ressonância magnética teria mostrado se os disléxicos tinham uma representação defeituosa” dos fonemas escutados, inclusive se não houvesse diferenças mais sutis entre eles.
 
Boets já vislumbra um novo tratamento potencial para restaurar a conectividade normal entre as duas regiões do cérebro, que são aparentemente a causa da dislexia.
 
“Não é inconcebível usar algum tipo de estimulação elétrica não invasiva do cérebro para restaurar a comunicação entre estas duas regiões do cérebro”, disse o pesquisador.
 

Dislexia e os impactos na vivência escolar

Por Rafael Pinheiro
 
A educação, inserida em um contexto global de trocas de conhecimento, interação e compreensão das diferenças, visa a valorização de um ensino focado na heterogeneidade. O ambiente escolar é a porta de entrada do encontro (e da descoberta) do outro e suas relações, enriquecendo as interações e as dinâmicas em grupo. No intrínseco convívio escolar, nascem as mais diferentes dificuldades em diversas situações. Sendo assim, é de suma importância acompanhar o progresso de cada aluno e constatar obstáculos que possam atrapalhar qualquer avanço.
O transtorno genético e hereditário da linguagem, conhecido como dislexia, é caracterizado pela dificuldade em decodificar o estímulo escrito ou o símbolo gráfico. A dislexia, que possui uma origem neurobiológica, compromete a capacidade de aprender a ler e escrever com fluência e de compreender um texto. Segundo a Associação Brasileira de Dislexia, esse transtorno atinge de 0,5% a 17% da população mundial e pode atravessar a infância e persistir na vida adulta.
O panorama atual das instituições de ensino prevê uma série de metodologias pedagógicas, conteúdos, objetivos, organizações e funcionamentos que os portadores de dislexia não acompanham. Os alunos que conseguem resistir e driblar os modelos, exigências e as cobranças dos professores, podem encontrar as humilhações e as práticas de bullying por outros alunos nas salas de aula, por apresentar essa dificuldade no aprendizado.
Tendo a compreensão da diferença como pano de fundo para uma excelência no ensino, um dos primeiros passos para o educador lidar com esse tipo de transtorno em sala de aula é identificar um aluno disléxico. “Devemos prestar atenção se a criança apresenta atraso na fala, dificuldades para nomear as coisas e pessoas, para aprender rimas e cantigas. Se quando alfabetizada manifestar ainda dificuldades para adquirir estas habilidades, demonstrando um atraso não esperado em relação aos seus pares”, explica a psicopedagoga clínica Tânia Freitas, especialista em distúrbios de leitura, escrita e dislexia.
No ensino fundamental, se a leitura não for fluente, sem modulações, se apresentar vocalizações em leitura silenciosa ou cometer trocas, por exemplo: “faca” por vaca; “tuparão” por tubarão; “cato” por gato; “juva” por chuva, etc., é preciso ficar atento. “Já na escrita aparecem as dificuldades na codificação: trocas (visuais e auditivas), migração e omissão de letras; aglutinação e separação de palavras; dificuldade para copiar de livros ou lousa. A criança se apresenta lenta, se cansa rapidamente e demonstra grande dificuldade para produzir um texto, não conseguindo organizar suas ideias e expressá-las por escrito (sendo que oralmente desempenha bem esta atividade, sendo até muito criativa)”, destaca a psicopedagoga.
É necessário que o diagnóstico da dislexia seja precoce, se possível nos primeiros anos da educação infantil, envolvendo as crianças de 4 a 5 anos de idade. Uma criança que não automatiza a leitura, por exemplo, apresenta deficiências em todo o seu processo de aprendizagem, e isto não significa apenas e meramente defasagem de conteúdo acadêmico, mas prejudica toda a sua evolução. Quando a dislexia não é diagnosticada na educação infantil, os distúrbios ganham uma intensidade, apresentando perturbações emocionais e afetivas em crianças do ensino fundamental, de 8 a 9 anos de idade.
Segundo a especialista Tânia Freitas, a criança sofre diversas frustrações no “universo do aprender”, acarretando graves problemas afetivo-emocionais, como insegurança, baixa estima e dificuldades para se relacionar. “Em nossa instituição de ensino, onde nem se identificam as competências e as habilidades do educando, o aluno perde as oportunidades de evoluir como poderia, tendo grandes prejuízos em todos os aspectos de sua vida: acadêmico, pessoal, afetivo e social”.
Um distúrbio de aprendizagem com caráter genético e hereditário como a dilexia não possui cura e o tratamento exige a participação de especialistas em várias áreas (pedagogia, fonoaudiologia, psicologia, etc.) para ajudar o portador de dislexia a superar, na medida do possível, o comprometimento no mecanismo da leitura e da expressão escrita.
O fator primordial, dentro do processo de tratamento, é harmonizar a relação entre escola, criança e família. A escola precisa demonstrar interesse em adequar-se ao aluno, interagir com a equipe que está tratando da criança, no sentido de alterar rotinas, fazer avaliações orais, etc.  “A escola e a família podem e devem fazer parceria com o profissional, auxiliando-o na escola e em casa. Os pais e a escola podem estimular o prazer pela leitura com os disléxicos, lendo com eles ou se preciso for, lendo para eles, apenas para descobrirem juntos o prazer de ler, o universo mágico da leitura. Desenvolver brincadeiras simples, as quais estimulam a linguagem oral e habilidades fonológicas (como aquelas onde a criança diz palavras que comecem com o som ‘tal’, ou as brincadeiras de rima, estimular o hábito de ouvir musiquinhas infantis e cantá-las, leitura de poemas, parlendas e tantas outras brincadeiras que andam esquecidas…)”, afirma Tânia.
Com o auxílio e estímulo no ambiente familiar, escolar e o acompanhamento psicopedagógico especializado, a criança disléxica consegue desenvolver sua habilidade de leitura/escrita. O tempo de tratamento depende de fatores como o grau da dislexia (leve, médio e severo – sendo o grau severo uma raridade) e de outros transtornos que podem coexistir associados à dislexia, como: transtorno e déficit de atenção e hiperatividade, alterações no processamento auditivo, discalculia, disgrafia, disortografia, problemas afetivo-emocionais, entre outros.
Reconhecer as diferenças e aprender a trabalhá-las em sala de aula é a chave para uma educação igualitária. Ensinar um aluno disléxico é um extenso convite ao seu universo particular, buscando (e criando) novos horizontes, panoramas, experiências e conquistas significativas.

Estudo: O PSICOPEDAGOGO E SUA INTERVENÇÃO NAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

Estudo:

O PSICOPEDAGOGO E SUA INTERVENÇÃO NAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

ROBERTA JANUTH

RESUMO
O psicopedagogo e sua intervenção nas dificuldades de aprendizagem. Esse tema é muito importante, pois na educação existem vários obstáculos, principalmente na dificuldade que a criança tem de aprender os conteúdos propostos pelo professor. Diante disso o educador deve buscar novos conhecimentos para que ocorra a aprendizagem naquela criança independente da dificuldade que ela se encontra, nesse caso entra a função do psicopedagogo em ajudar a selecionar e buscar novos métodos para enriquecer o trabalho de maneira mais ampla para que aconteça a aprendizagem. Na educação tem níveis de dificuldades de aprendizagem de forma diferentes uma das outras, o professor deve refletir analisar antes de tomar qualquer decisão e levar sempre em consideração esse assunto e pensar na sua função como educador e a importância que você tem na vida de cada ser, no espaço que você ocupa na sala de aula. A educação de qualidade nos leva a conhecer e entender os mais existentes no seu cotidiano escolar no qual você está inserido. Às vezes se torna um pouco desconhecido ou mal entendido por alguns profissionais nessa área. Enfim é fundamental entender e saber lidar com as necessidades de cada um. Palavras-chave: psicopedagogo, intervenção, dificuldade, aprendizagem, educação, conteúdos, educador, enriquecer, analisar, necessidades.

Palavras-chave: psicopedagogo, intervenção, dificuldade, aprendizagem, educação, conteúdos, educador, enriquecer, analisar, necessidades.

Estudo: Natureza das dificuldades de leitura em crianças brasileiras com dislexia do desenvolvimento

Natureza das dificuldades de leitura em crianças brasileiras com dislexia do desenvolvimento
Alessandra Gotuzo Seabra CAPOVILLA
Bruna Tonietti TREVISAN
Fernando César CAPOVILLA
Maria do Carmo Alves de REZENDE
 
RESUMO
Segundo uma abordagem de processamento de informação, diferentes estratégias de leitura prevalecem em diferentes estágios, dependendo das características da escrita. No primeiro estágio, logográfico, prevalece a estratégia logográfica, em que o reconhecimento é limitado a umas poucas palavras familiares e dificultado por paralexias. No segundo, alfabético, prevalece a estratégia fonológica de decodificação grafema-fonema, que permite a leitura de palavras novas, desde que sejam regulares grafofonemicamente. No terceiro, ortográfico, prevalece a estratégia lexical de reconhecimento visual direto, que permite ler palavras grafofonemicamente irregulares, desde que sejam familiares. O Teste de Competência de Leitura de Palavras e Pseudopalavras (TCLPP) analisa, sistematicamente, a habilidade de usar cada estratégia. Compõe-se de sete tipos de pares figura-escrita, i.e., uma figura associada a uma palavra ou pseudopalavra. A tarefa é circular os pares corretos e cruzar os incorretos. Os dois primeiros consistem de palavras grafofonemicamente regulares ou irregulares associadas a suas correspondentes figuras. Os cinco últimos consistem de palavras associadas a figuras diferentes, ou a pseudopalavras de quatro tipos: pseudopalavras com pronúncia idêntica à de palavras; pseudopalavras com aspecto similar ao de palavras; pseudopalavras com pronúncia similar em relação à de palavras; e pseudopalavras sem semelhança visual ou fonológica com palavras. Usando TCLPP, o estudo analisou estratégias de leitura de 13 disléxicos, comparando-as às de 2196 normoléxicos de 1 a -7 a série. Resultados mostraram que as dificuldades são 8 basicamente fonológicas. Disléxicos foram tão bem quanto normoléxicos na leitura de palavras, mas significativamente pior na de pseudopalavras, especialmente naquelas com aspecto similar ao de palavras e naquelas com pronúncia similar à de palavras. O estudo corroborou a noção de que o processamento fonológico é o principal quesito de leitura e escrita alfabéticas, e que distúrbios naquele processamento são responsáveis pelas dificuldades específicas de leitura que caracterizam a dislexia do desenvolvimento.

Palavras-chave: Dislexia, fonologia, Português, ortografia.

Dislexia pode estar associada à insuficiência de ...

Estudo de Richardson AJ, Calvin CM, Clisby C, Schoenheimer DR, Montgomery P, Hall JA, et al. aponta que a dislexia pode estar associada com as deficiências relativas a certos ácidos gordos altamente insaturados. Estudo disponível em:
 
 
 
Richardson AJ, Calvin CM, Clisby C, Schoenheimer DR, Montgomery P, Hall JA, et al. Fatty acid deficiency signs predict the severity of reading and related difficulties in dyslexic children. Prostaglandins Leukot Essent Fatty Acids. 2000;63:69-74.