Distúrbio afeta aproximadamente 5% da população brasileira e atrapalha a leitura e a escrita. O diagnóstico de uma criança disléxica pode ser feito a partir da alfabetização
O diagnóstico da dislexia não quer dizer que se filho esteja condenado a não aprender
As notas vermelhas já irritaram muitos pais e professores, mas elas podem ser indicadores de um problema mais sério do que desinteresse e desleixo: a dislexia, um distúrbio que afeta a capacidade de ler e escrever. A condição afeta cerca de 5% da população brasileira, de acordo com o Instituto ABCD, organização social voltada para jovens com dislexia e outras dificuldades de aprendizagem, e 17% da população mundial.
Por se tratar de uma herança genética e não ter relações com distúrbios psicológicos, a dislexia não tem cura, mas o tratamento, feito com fonoaudiólogos, psicólogos e psicopedagogos, costuma trazer uma vida normal aos portadores do transtorno, já que segundo especialistas o desenvolvimento intelectual e a capacidade de comunicação não são afetados.
O diagnóstico de uma criança disléxica pode ser feito a partir da alfabetização, e é aí que o papel do professor se torna imprescindível. Geralmente, é ele quem percebe que a evolução do aluno está abaixo da esperada. Se esse for o caso, a criança deve ser submetida à análise de uma equipe para saber se ela tem dificuldades pontuais ou se é disléxica.
Saber se a pessoa é portadora de dislexia e as características do distúrbio é o melhor caminho para ajudá-la e evitar prejuízos no desempenho escolar e social, além de títulos pejorativos e bullying que levam à baixa-estima.
Sintomas
Crianças com dislexia costumam demorar mais para ler do que as outras. Isso acontece porque elas têm dificuldade em identificar palavras e associá-las a seus sentidos. O problema prejudica a consciência fonográfica, isto é, a habilidade de diferenciar sons parecidos. Assim, letras com pronúncias semelhantes, como B e D, costumam ser trocadas na escrita, o que gera erros ortográficos. Crianças disléxicas também têm dificuldade de memorizar regras de ortografia e até de juntar duas letras para formar uma sílaba simples.
Crianças com dislexia costumam demorar mais para ler do que as outras. Isso acontece porque elas têm dificuldade em identificar palavras e associá-las a seus sentidos. O problema prejudica a consciência fonográfica, isto é, a habilidade de diferenciar sons parecidos. Assim, letras com pronúncias semelhantes, como B e D, costumam ser trocadas na escrita, o que gera erros ortográficos. Crianças disléxicas também têm dificuldade de memorizar regras de ortografia e até de juntar duas letras para formar uma sílaba simples.
Pela dificuldade de formar palavras e dar significados a elas, os portadores do distúrbio costumam apresentar lentidão na hora de construir frases. Muitas vezes, as sentenças têm sentido, mas são gramaticalmente incorretas, como “eu era com fome”. A criança também pode escrever palavras de trás para a frente, como se o texto tivesse sido colocado diante de um espelho. A escrita espelhada é decorrência da dificuldade na formação de palavras e no aprendizado do alfabeto.
A dislexia afeta, ainda, a memória operacional, conhecida popularmente como memória de curto prazo, acionada para anotar um número de telefone antes de esquecê-lo ou ao realizar operações matemáticas. Por isso, ordens longas – como abrir um determinado livro em uma determinada página e fazer um determinado exercício – são um desafio para os disléxicos.
Não é o fim
O diagnóstico da dislexia não quer dizer que se filho esteja condenado a não aprender. Pelo contrário, a Associação Brasileira de Dislexia apresenta vários casos de pessoas que apresentaram o distúrbio e foram altamente produtivas – algumas chegaram a mudar a história, devemos muito a elas!
O diagnóstico da dislexia não quer dizer que se filho esteja condenado a não aprender. Pelo contrário, a Associação Brasileira de Dislexia apresenta vários casos de pessoas que apresentaram o distúrbio e foram altamente produtivas – algumas chegaram a mudar a história, devemos muito a elas!
É o caso de Charles Darwin e Albert Einstein. Sim, eles eram disléxicos, segundo a associação. A atriz Whoopi Goldberg, a escritora Agatha Christie, o ator Tom Cruise, a cantora Cher, o ex-presidente norte-americano Franklin Roosevelt e os pintores Vincent Van Gogh e Pablo Picasso também apresentavam dislexia.
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