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Problemas de leitura e escrita: dislexia e distúrbios de aprendizagem

 
Problemas de leitura e escrita: dislexia e distúrbios de aprendizagem
 
A aprendizagem como desafio:  quem não aprende tem problema?
 
Tem sido principalmente no contexto educacional, com suas propostas de ensino formalizado, baseado em programas de ensino e procedimentos de avaliação, que os problemas de aprendizagem têm se manifestado com mais frequência. Caracterizados por dificuldades principalmente no aprendizado da leitura, da escrita e do cálculo, os transtornos de aprendizagem colocam-se como um grande desafio para a educação e para os profissionais da área do desenvolvimento infantil.            
Um número muito elevado de crianças tem sido apontado como apresentando tais dificuldades. De acordo com dados publicados regularmente pelo INEP devemos ter, atualmente, uma população de mais de quarenta milhões de crianças e jovens compondo o universo de estudantes frequentando o ensino elementar. Deste total, mais de vinte e cinco milhões estão cursando as quatro séries iniciais, em sua grande maioria atendidas pela rede escolar pública.

Considerando-se o desempenho escolar desse grande número de estudantes, estima-se que cerca de 40%, ou mais, estão tendo dificuldades significativas de aprendizagem. Tal índice, bastante alto, poderia ser atribuído às adversidades das condições sociais e econômicas no Brasil. Todavia, o que é mais agravante, os demais estudantes (60%), embora não sejam considerados como portadores de dificuldades, estão apresentando, em sua maioria, um desempenho escolar abaixo do esperado.
 
Verdadeiros e falsos distúrbios: dificuldade para aprender versus ausência de oportunidades para se tornar um aprendiz


Esses fatos preocupantes a respeito de nossa realidade educacional levam-nos a questionar o que estaria provocando essa situação que, dada sua configuração, obriga a reflexões de natureza social, política, econômica e, como não poderia deixar de ser, de ordem metodológica e de aprendizagem propriamente dita. Em outras palavras, será que todos esses alunos têm, verdadeiramente, algum problema de aprendizagem? Ou, a maior parte deles, apresenta o que podemos denominar de pseudodistúrbios de aprendizagem (dificuldades acadêmicas)? 

Mais especificamente, para podermos começar diferenciando os verdadeiros e falsos distúrbios de aprendizagem, devemos inicialmente compreender que a escola lida com crianças que poderiam ser encaixadas em diferentes perfis. Entre eles podemos apontar os seguintes (Zorzi, 2003a):  
 
1. O aluno “ideal”
Podemos considerar como ideais, aqueles alunos que tiveram a oportunidade de constituir conhecimentos importantes a respeito da linguagem escrita por terem convivido, desde muito cedo e em situação extra-escolar, com pessoas que lêem e escrevem e terem tido acesso a textos escritos. Essas crianças, em geral, principalmente a partir de situações reais e naturais de interação, foram, ao longo do tempo, construindo noções significativas a respeito da escrita as quais podem, em muito, facilitar o processo formal de aprendizado.
Essa é a categoria de crianças com maiores chances de sucesso frente às propostas escolares para o ensino da leitura e da escrita. Entretanto, caberá à escola a tarefa, nem sempre alcançada, de dar continuidade a esse processo de construção de conhecimentos formando pessoas realmente capazes de fazer uso efetivo da leitura e da escrita.  
 
2. O aluno “desmotivado”
Crianças que, embora tenham tido chances de interagir com a linguagem escrita por viverem em ambientes nos quais esta forma de comunicação está presente, não chegaram, principalmente falta de interesse ou envolvimento, a construir conhecimentos significativos. Temos podido observar diferenças marcantes entre crianças, inclusive irmãos: enquanto alguns desenvolvem alto interesse pela linguagem escrita e procuram informações cada vez mais detalhadas sobre ela, outros não manifestam a mesma curiosidade, como se ela não merecesse maior atenção. Isto nos leva a crer que, nem sempre, a oportunidade garante a aprendizagem, mesmo quando o aprendiz possa ter boas condições cognitivas e linguísticas para tanto. O desafio para as escolas, nestes casos, implicará também questões de natureza motivacional, ou seja, como envolver, cognitiva e afetivamente, uma criança com a leitura e com a escrita.  
 
3. O aluno “inexperiente”
Existem milhões de crianças que, principalmente por viverem em condições sociais e econômicas pouco favoráveis, acabam tendo muitas restrições em termos de oportunidades para aprender fatos relativos à linguagem escrita. Não podemos nos esquecer que ambientes com baixo nível de escolaridade, assim como o analfabetismo, fazem parte de tal quadro. Embora uma criança possa ter boas condições de aprendizagem em geral, caso sofra restrições nas oportunidades para interagir com a linguagem escrita, assim como com pessoas que dela fazem uso efetivo, não terá como construir conhecimentos sobre algo que, definitivamente, não faz parte de sua vida.
Esta parece ser a realidade de uma parcela significativa de crianças brasileiras cujo grande problema não é a falta de capacidade para aprender, mas sim a ausência de oportunidades, familiares e ou escolares, para se tornar um aprendiz. Este grande conjunto de crianças trará enormes desafios para a educação principalmente tendo em vista os recursos e métodos tradicionalmente empregados para a alfabetização e as concepções de aprendizagem e desenvolvimento que estão por detrás deles. 

Por esta razão, a maior parte destas crianças está destinada ao fracasso escolar e irá compor as estatísticas superiores a 40% de alunos com dificuldades de aprendizagem, de uma grande porcentagem daqueles com baixo rendimento escolar, de reprovações, daqueles com defasagem entre a idade e a série, dos que estão em programas de recuperação ou, aceleração escolar e até mesmo daqueles que, um dia, acabarão abandonando a escola.
Tais crianças tendem, em geral,  a ser taxadas como portadoras de distúrbios de aprendizagem. Porém, na realidade, estamos frente ao que podemos chamar de “pseudodistúrbios” ou, mais especificamente, de dificuldades escolares. Para podermos afirmar que alguém tem dificuldade de aprendizagem precisaríamos garantir a existência de condições e oportunidades efetivas para que a aprendizagem pudesse ter ocorrido (Zorzi, 2003b).
 Caberá à escola, nestes inúmeros casos, o papel principal e muitas vezes até mesmo único, de mediador entre a criança e a linguagem escrita. Para tanto, a escola deverá ajustar suas propostas a uma população que, apesar de capaz de aprender, precisa ser considerada em suas verdadeiras particularidades.  
 
4. O aluno com problema “de verdade”
Crianças com graus variáveis de reais dificuldades de aprendizagem. porque apresentam alterações de alguma ordem em seu desenvolvimento, como é o caso das deficiências sensoriais, da deficiência mental, dos distúrbios motores, dos distúrbios neurológicos e comportamentais. Estas são crianças consideradas como tendo necessidades educativas especiais, para as quais muitas vezes estão destinadas escolas especializadas ou classes especiais de escolas regulares. De acordo com dados do INEP (2002) esta população correspondia acerca de 8% dos alunos.  Deve-se, ainda, considerar aqueles alunos que já participam de programas de inclusão.
Cabe acrescentar aquelas crianças que, embora não se encaixem nas categorias anteriores de déficits mais conhecidos e abrangentes, também apresentam dificuldades para aprender a ler, escrever e realizar cálculos, caracterizando os chamados transtornos ou distúrbios de aprendizagem propriamente ditos e que chegariam a até 10% da população escolar (Giacheti, 2002; Garcia, 2003), dentre eles a dislexia. Nestes casos, a escola necessita ter recursos diferenciados e professores bem preparados para poder desenvolver propostas adequadas de ensino, as quais possam contemplar as diversas necessidades dos aprendizes.

A princípio, essa última categoria de crianças com verdadeiros problemas deveria ser o maior desafio para a educação e para os profissionais que trabalham com questões ligadas ao desenvolvimento infantil (fonoaudiólogos, psicopedagogos, psicólogos, médicos), uma vez que, de fato, referem-se a crianças portadoras de alguma limitação que dificulta, em maior ou menor grau, as possibilidades de aprendizagem. Entretanto, se somarmos o total que elas representam (cerca de 18%), estaremos muito longe da porcentagem de alunos apontados como apresentando problemas de aprendizagem (mais de 40%) e mais distante, ainda, do total de alunos apresentando baixo  desempenho escolar, que corresponde à maioria.   
 
Quando a aprendizagem não ocorre...
 

Os problemas relativos à aprendizagem manifestam-se fundamentalmente em situações mais formais de ensino, principalmente no ambiente escolar e se refletem, em geral, na diminuição do desempenho acadêmico, principalmente na área da linguagem escrita e do cálculo, podendo levar até mesmo ao completo fracasso escolar. Diversas podem ser as razões provocando essa situação: podemos ter problemas de natureza emocional, metodológica, motivacional, social/econômica, a presença de transtornos mais globais, dificuldades ou dúvidas pontuais de natureza meramente acadêmica, entre outros que poderíamos nos lembrar.

De forma generalizada, têm-se aplicado o termo distúrbio de aprendizagem, de modo indiscriminado, para uma grande variedade de casos, sempre com a conotação de que o problema está centrado em quem aprende quando, muitas vezes, ele pode ser de ordem pedagógica/metodológica. Algumas considerações fundamentais devem ser feitas para que possamos compreender melhor o universo confuso dos chamados “distúrbios de aprendizagem”:

* Em primeiro lugar podemos começar falando das questões de ordem motivacional que dizem respeito ao envolvimento cognitivo/afetivo com a aprendizagem, principalmente de natureza escolar. Muitas crianças com um potencial de aprendizagem favorável podem apresentar baixo desempenho acadêmico pelo fato de não verem razão para investir naquilo que a escola e/ou a família apresentam como importante. São crianças cuja motivação não está orientada para o sucesso acadêmico. Não se pode esperar as mesmas habilidades em leitura e escrita em uma criança para a qual estes atos podem estar  até mesmo carregados de prazer quando comparada com outra que encara tais atividades como obrigação escolar desprovida de qualquer sentido ou função pessoal. Aqui não há um distúrbio de aprendizagem propriamente dito.
 
* Muitas vezes podemos estar frente a dificuldades pontuais que revelam dúvidas específicas e não um transtorno de aprendizagem. Por exemplo, pode não estar muito claro para uma criança que um mesmo som pode ser escrito por muitas letras ou que uma mesma letra pode representar vários sons, dependendo da vogal que a acompanha. Esta falta de informação pode levar a erros específicos os quais podem ser superados assim que o conhecimento necessário seja a ela oferecido. Outras crianças podem ter problemas, ou dúvidas, acerca de alguma operação aritmética, não por uma dificuldade intrínseca em lidar com números, mas como resultado até mesmo de explicações insuficientes ou insatisfatórias por parte da escola.
 
* Transtornos emocionais primários, como a ansiedade, a depressão, as fobias e psicoses, podem trazer desequilíbrios tanto no plano relacional quanto acadêmico. Nestes casos, as dificuldades para aprender podem ser consideradas secundárias a um problema de base, de natureza afetiva, e não um distúrbio de aprendizagem como tal.
 
* Transtornos mais globais do desenvolvimento que podem afetar aspetos cognitivos, sociais/relacionais, comunicativos e motores, como é o caso das deficiências mentais, do autismo, e de deficits neurológicos variados tendem, frequentemente, a comprometer a aprendizagem. Dificuldades na alfabetização,  no domínio do cálculo e desempenho inferior em várias matérias escolares são comuns. Também nestes casos, os problemas de aprendizagem, embora presentes e podendo ser acentuados, são secundários a transtornos mais gerais e não caracterizam os distúrbios de aprendizagem propriamente ditos. O mesmo se aplica às dificuldades decorrentes de transtornos sensoriais, como no caso das deficiências auditivas e visuais. Os problemas de aprendizagem aqui encontrados também são considerados secundários ou derivados.
 
* Enquanto podemos ter crianças que não aprendem por apresentarem dificuldades ou mesmo falta de interesse, também nos deparamos com outras cujo problema reside, fundamentalmente, na falta de oportunidades para aprender e não em suas capacidades para tanto. Como pudemos anteriormente salientar encontramos, em nosso meio, um número muito grande de crianças que não tem tido oportunidades suficientes ou sistemáticas para poder desenvolver determinados tipos de conhecimentos que terão alta demanda na situação escolar, principalmente em termos de experiências exta académicas relativas à leitura e à escrita.
 
* Há de se considerar, ainda, a forte influência que a própria escola exerce sobre a aprendizagem na medida em que pode criar situações favoráveis ou desfavoráveis para tanto. As propostas pedagógicas podem ser atraentes ou não para os alunos, podem ser motivadoras ou até mesmo afastarem o interesse da criança. Elas podem ser eficientes e adequadas do ponto de vista de facilitarem o processo de aprendizagem ou podem carecer de qualquer princípio neste sentido, resultando em baixo índice de retorno. Nestes casos, embora o não aprender manifeste-se no aluno, não podemos falar em dificuldades ou distúrbios de aprendizagem e sim em uma insuficiência do ensino.

Distúrbios de aprendizagem
 
Definir, de fato, o que corresponde a tal classe de problemas não é uma tarefa fácil conforme podemos verificar pela definição do próprio National Joint Comittee of Learning Disabilities (1980) segundo o qual o Distúrbio de Aprendizagem corresponde a  “um termo genérico que se refere a um grupo heterogêneo de transtornos que se manifesta por dificuldades significativas na aquisição e uso de habilidades para ouvir, falar, ler, escrever e realizar cálculos matemáticos. Embora o distúrbio de aprendizagem possa ocorrer concomitantemente com outras condições  deficitárias (como distúrbios sensoriais, deficiência mental, distúrbios sociais e emocionais), ou influências ambientais (diferenças culturais, instrução insuficiente ou inapropriada), não é resultado direto de tais condições ou influências.”  
Presume-se que tais transtornos são devidos a uma disfunção do sistema nervoso central resultando de fatores como diferenças anatômicas, genéticas, atraso neuromaturacional, desequilíbrio neuroquímico ou metabólico e severa deficiência nutricional (Harris e Hodges, 1995).
 
Neste sentido, de acordo com Gonçalves (2003), a aplicação do modelo neuropsicológico aos distúrbios de aprendizagem considera que eles constituem a expressão de uma disfunção cerebral específica, causada por fatores genéticos ou ambientais que alteram o neurodesenvolvimento. Relata, ainda, cinco sistemas funcionais relacionados com funções cognitivas:
 
1. Região perisilviana esquerda: responsável por funções ligadas ao processamento fonológico, sendo que sua disfunção ocasionará transtornos disléxicos.

2. Área do hipocampo e amígdalas de ambos os hemisférios: mantem relação com a memória de longo prazo levando a transtornos mnésicos no caso de alterações. 

 3. Região posterior do hemisfério cerebral direito: desempenha uma função cognitiva espacial. Alterações desta área levam à síndrome de disfunção hemisférica direita, com sintomas de déficit visuo-espacial, discalculia e disgrafia.

4. Região anterior do hemisfério cerebral direito: a região do sistema límbico e a região órbito-frontal do hemisfério direito têm função cognitiva social. Disfunções nesta área produzem alterações comportamentais de gravidade variada e com expressão mais grave nos quadros autísticos.

5. Lobo pré-frontal: desempenha função de planejamento e execução motora. As alterações desta área produzem a síndrome disexecutiva com prejuízo da atenção e da iniciativa, déficits nos processos de planejamento e antecipação, assim como dificuldades nas abstrações .
 
Por outro lado, deve ser apontado que, conforme Ciasca (2003), as dificuldades relativas ao aprendizado escolar podem atingir de 5 a 20% da população estudantil, em países desenvolvidos. Entretanto, somente 7% teriam algum tipo de disfunção neurológica, sendo 5% com sinais neurológicos leves e 2% com disfunções graves.

Considerando-se o DSM-IV, Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (APA, 1994), vemos que os transtornos de aprendizagem são definidos como “Transtornos das Habilidades Escolares” e incluem os Transtornos de Leitura, Transtornos da Matemática, Transtornos da Expressão Escrita e Transtornos da Aprendizagem sem outra Especificação.
Ainda, segundo o DSM-IV (APA, 1994), os “Transtornos de Aprendizagem sem outra Especificação” dizem respeito aos “Transtornos de Aprendizagem que não satisfazem os critérios para qualquer Transtorno da Aprendizagem Específico, podendo incluir problemas em todas as três áreas (leitura, matemática, expressão escrita) que, juntos, interferem significativamente no rendimento escolar, embora o desempenho nos testes que medem cada habilidade isoladamente não esteja acentuadamente abaixo do nível esperado, considerando a idade cronológica, a inteligência medida e a escolaridade apropriada à idade do indivíduo.”
 
De acordo com o CID-10 (1999), os distúrbios de aprendizagem são definidos como “Transtornos Específicos do Desenvolvimento das Habilidades Escolares”, sendo que correspondem a “Transtornos nos quais as modalidades habituais de aprendizado estão alteradas desde as primeiras etapas do desenvolvimento. O comprometimento não é somente a conseqüência da falta de oportunidade de aprendizagem ou de um retardo mental, e ele não é devido a um traumatismo ou doença cerebrais.” Aponta os seguintes problemas nesta categoria: Transtorno Específico de Leitura (Dislexia); Transtorno Específico de Soletração; Transtorno Específico da Habilidade em Aritmética; Transtorno Misto de Habilidades Escolares; Outros Transtornos do Desenvolvimento das Habilidades Escolares e o Transtorno não Especificado do Desenvolvimento das Habilidades Escolares.            
 
Consultando o site www.schwablearning.org, mantido por Charles and Helen Schwab Foundation (http://www.schwablearning.org/articles.asp?r=25&g=1), organização voltada para a orientação e ajuda de pessoas que apresentam distúrbios de aprendizagem, encontramos os seguintes dados que, no geral, vão ao encontro das definições anteriores:  

O que é um Distúrbio de Aprendizagem? (Learnign Dilability)
 
 
     
“O Distúrbio de Aprendizagem afeta o modo pelo qual crianças com inteligência média, ou acima da média, recebem, processam ou expressam informações e que se mantém por toda a vida. Isto prejudica a habilidade para aprender habilidades básicas em leitura, escrita ou matemática. A Coordinated Campaign for Learning Disabilities (CCLD), uma coalizão de organizações nacionais ligadas aos distúrbios de aprendizagem, define-os como “uma desordem neurobiológica na qual o cérebro da pessoa trabalha ou é estruturado de uma maneira diferente.”  
 
 
O que o Distúrbio de Aprendizagem não é?

- Déficit de atenção, tal como o Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH). Distúrbios de aprendizagem e TDAH freqüentemente ocorrem ao mesmo tempo, mas não são a mesma coisa. ·       

- Distúrbio de aprendizagem não é a mesma coisa que deficiência ou retardo mental, autismo, deficiência auditiva ou visual, deficiência física, distúrbio emocional ou o processo normal de aquisição de uma segunda língua.  ·   
    
- Distúrbios de aprendizagem não são causados por falta de oportunidade educacional como trocas freqüentes de escolas, por faltas constantes às aulas ou falhas no ensino das habilidades básicas.  
 
Quais as manifestações?
Muitas vezes os transtornos de aprendizagem estão acompanhados de falta de motivação, imaturidade e problemas comportamentais. Porém, caso a criança apresente dificuldades significativas e mais duráveis em termos das habilidades básicas de leitura, escrita e aritmética, o problema deve ser um distúrbio de aprendizagem.  
Algumas características:

Fase pré-escolar ·       
- Começa a falar mais tarde do que a maioria das crianças
- Tem dificuldades para encontrar as palavras apropriadas em situação de conversação
- Tem dificuldades para nomear rapidamente palavras de uma determinada categoria
- Apresenta dificuldades com rimas
- Tem problemas para aprender o alfabeto, dias da semana, cores, forma e números
- É extremamente agitada e facilmente se distrai
- Dificuldades para seguir ordens e rotinas
 
Fase escolar inicial
- Demora para aprender as relações entre letras e sons
- Dificuldades para sintetizar os sons e formar palavras
- Faz erros consistentes de leitura e de ortografia
- Dificuldades para relembrar sequências e para dizer as horas
- Lentidão para aprender novas habilidades
- Dificuldades em termos de planejamento
 
Fase escolar – séries mais avançadas
- Lentidão para aprender prefixos, sufixos, rota lexical e outras estratégias de leitura
- Evita leitura em voz alta
- Dificuldades com os enunciados de problemas em matemática
- Soletra a mesma palavra de modos diferentes
- Evita tarefas envolvendo leitura e escrita
- Dificuldades para lembrar ou compreender o que foi lido
- Trabalha lentamente
- Dificuldades para compreender  e/ou generalizar conceitos
- Confusões em termos de endereços e informações  
 
Dislexia: distúrbio específico da linguagem escrita   
 
           
Deve ser observado que tanto o DSM-IV quanto o CID-10 apontam, em suas definições, para a situação (contexto) na qual os distúrbios de aprendizagem, via de regra, se manifestam com maior clareza, que é a escola: “Transtornos das Habilidades Escolares” e “Transtornos Específicos do Desenvolvimento das Habilidades Escolares”, respectivamente, sinalizam para o ambiente escolar como o palco predileto para sua exibição.  A sintomatologia acima apresentada, assim como o fato de habilidades orais estarem envolvidas mostra, por outro lado, que tais problemas podem começar a se manifestar antes mesmo da escolarização formal. De fato, embora os transtornos de aprendizagem se tornem mais visíveis na situação de ensino, isto não significa que tenham se iniciado neste período.
Como reafirma Giacheti (2002), os problemas de aprendizagem estão relacionados com o desenvolvimento da linguagem, principalmente de certos aspectos que são fundamentais para o desenvolvimento da expressão e da compreensão da linguagem falada e do processamento de informações. Assim sendo, problemas na aquisição da linguagem oral podem ser a primeira manifestação de problemas de aprendizagem e que poderão, mais tarde, vir a comprometer o aprendizado da leitura, da escrita e do raciocínio lógico-matemático. Tais transtornos, portanto, independem da idade cronológica e do fato de a criança freqüentar ou não uma escola.        
     
Também fica evidenciado que, nestas categorias amplas e heterogêneas de transtornos, estão incluídas as dislexias como  distúrbios específicos da linguagem escrita: “...dificuldades significativas na aquisição e uso de habilidades para ... ler, escrever...” (Joint Comittee of Learning Disabilities); “Transtornos de Leitura” e “Transtornos da Expressão Escrita” (DSM-IV); “Transtorno Específico de Leitura”  e  “Transtorno Específico de Soletração” (CID-10). Nestes casos, a Dislexia tende a ser considerada como Transtornos de Leitura ou Transtornos Específicos de Leitura, fazendo parte de tais quadros de distúrbios de aprendizagem.
 
Diferenças entre o distúrbio de aprendizagem e a dislexia
 
Apesar das dificuldades neste sentido, existem tentativas de diferenciar os distúrbios de aprendizagem e a dislexia. Uma das formas que podem ser empregadas para tanto diz respeito ao histórico de desenvolvimento da criança, no qual pode ser identificado quando os problemas surgiram e de que tipo eram,. Outro fator diferencial importante diz respeito à dimensão ou extensão dos transtornos encontrados: já presentes, desde cedo, na aquisição da linguagem oral e antecedendo qualquer escolarização ou manifestando-se principalmente na área da leitura e da escrita, a partir da alfabetização. Para tal distinção, os seguintes critérios podem ser considerados (Giacheti, 2002; Cappellini e Salgado, 2003; Capellini, 2009):
 
1. O Distúrbio de aprendizagem é tido como uma problemática específica, associada à presença de uma disfunção neurológica, apresentado características como:
- Distúrbio fonológico
- Falhas em  habilidades sintáticas, semânticas e pragmáticas;
- Histórico revelando quadro de distúrbio de linguagem anterior à escolarização;
- Habilidade para realizar narrativas comprometida para contagem e recontagem de histórias;
- Falhas nas funções receptivas e ou expressivas;
- Alteração no processamento de informações auditivas e visuais;
- O processo de desenvolvimento da aprendizagem está comprometido desde os primeiros anos de vida, manifestando-se principalmente na linguagem;
- Tais transtornos, que antecedem a alfabetização, irão afetar diretamente o aprendizado da leitura, da escrita e da aritmética, podendo comprometer o desempenho acadêmico como um todo;
- Dificuldades nas relações espaço temporais;
- Problemas na aquisição de estratégias para aprender: falta de organização e utilização de funções metacognitivas;
- Dificuldades para organizar, planejar e executar atividades matemáticas;
- Dificuldades em situações envolvendo o raciocínio lógico-matemático;
 
2. Nos casos de Dislexia, o processo de desenvolvimento inicial da criança não revela alterações. Dificuldades significativas começarão a surgir no aprendizado da leitura-escrita, desde o início do processo de alfabetização. Algumas características descritas:
- Dificuldades na correspondência som-letra, gerando prejuízos para a escrita e para a leitura;
- Nível de leitura encontra-se abaixo do esperado para a escolaridade
- Ausência de problemas neurológicos, cognitivos, sensoriais, emocionais e educacionais primários que possam justificar as dificuldades;
- Habilidades sintáticas, semânticas e pragmáticas da linguagem oral estão preservadas, sendo que problema está centrado na linguagem escrita;
- Por outro lado, habilidades fonológicas, a elaboração de narrativas (recontagem), a função expressiva e o processamento de informações podem apresentar comprometimentos como os observados nos distúrbios de aprendizagem.
Para Catts e Kahmi (1999) a dislexia corresponde a um distúrbio de desenvolvimento da linguagem, marcado por um déficit no processamento fonológico, o qual seria o responsável pelas dificuldades na decodificação e correspondência entre letras e sons.  Dificuldades de compreensão de textos, nestes casos, derivariam das limitações na decodificação. Por outro lado, esses mesmos textos, caso apresentados oralmente, poderiam ser bem compreendidos, revelando que os aspectos semânticos estão preservados.

De acordo com Stanovich (2000), é como se houvesse um contínuo que parte da dislexia para o distúrbio de leitura e escrita, mais precisamente, saindo de uma dificuldade localizada no processamento fonológico e caminhando na direção de alterações mais gerais no desenvolvimento da linguagem. 

Há de se considerar, neste sentido, que diferenciações precisas podem representar, na prática, um grande desafio, ou até mesmo uma impossibilidade.  Kaplan et al. (2001), analisando a questão da sobreposição de problemas de desenvolvimento e aprendizagem, encontram uma alta comorbidade em vários dos transtornos: dificuldades em leitura ou dislexia; déficits de atenção e hiperatividade / impulsividade; transtornos do desenvolvimento da coordenação; transtornos de conduta; depressão e ansiedade. Em relação aos déficits de atenção e hiperatividade, por exemplo, somente 20% dos casos são puros, com cerca de 80% de sobreposição de dois, três ou mais dos distúrbios relatados.
Quanto às dificuldades de leitura (dislexia), somente 48,4% seriam puros, com uma sobreposição de 51,6% de casos com dois, três ou mais transtornos manifestando-se ao mesmo tempo. Frente a esta situação de co-ocorrência (comorbidades), os autores propõem, para estes casos, o conceito de “desenvolvimento cerebral atípico” para dar conta de uma realidade muito mais complexa do que os casos de diagnósticos considerados “puros”.  
 
* este texto foi publicado no livro “Falando e escrevendo: desenvolvimento e distúrbios da linguagem oral e escrita”. Editora Melo, 2010, pag. 93-112.
 
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A aprendizagem, desenvolvimento infantil e Distúrbio de aprendizagem



 
Quando o filho não consegue ter um bom rendimento na escola, não há pai ou mãe que não se preocupe. Diversos estudos apresentam que em torno de 15% a 20% das crianças, no início da escolarização, apresentam dificuldade em aprender e, por consequência, têm mau desempenho escolar. Essas estimativas podem chegar a 30% ou 50% se forem analisados os primeiros seis anos de escolaridade.
 
De acordo com a fonoaudióloga e coach Patricia Antoniazi, a aprendizagem é um processo no qual acontece por meio da integração de diversas funções do sistema nervoso, promovendo melhor adaptação da criança ao meio. “Na aprendizagem ocorre a interação entre a criança e o meio. Portanto, durante a aprendizagem, o processamento da informação depende da integração de diversas habilidades”, informa.
 
As habilidades que se destacam são as cognitivas de atenção, as do movimento corporal e as linguísticas, além do desenvolvimento emocional e comportamental através da experiência, promovendo mudanças. “O desenvolvimento infantil ocorre passo a passo através da mediação entre criança e indivíduo competente. É um continuum de aquisições de atos mais simples até o aperfeiçoamento de funções cada vez mais complexas”, avalia.
 
Um bom exemplo é a escrita. Ela inicia-se naturalmente com a garatuja (traçar linhas em todos os sentidos), depois são realizados desenhos de figuras geométricas (círculos, cruz, entre outras), até a escrita em caixa alta e cursiva. “É esperado que uma criança de 5 a 6 anos escreva espelhado, pois está em fase de maturação de áreas visoespaciais. Já a escrita espelhada após 7 anos pode ter conotação patológica”, descreve a especialista.
 
Fatores que causam a dificuldade para o aprendizado
 
Três fatores são responsáveis pela dificuldade para o aprendizado. São eles: mau desempenho escolar (MDE), distúrbio de aprendizagem (DA) e dislexia. Patricia esclarece a diferença entre eles:
 
Mau desempenho escolar
 
O MDE deve ser visto como um sintoma relacionado a várias etiologias. Aliás, independentemente da etiologia, ele pode resultar em problemas emocionais (baixa autoestima, desmotivação) e preocupação familiar. Relaciona-se com problemas de origem pedagógica e/ou sociocultural. Não há qualquer envolvimento orgânico.
 
É extrínseco ao indivíduo e podem ser citadas situações como: inadequação pedagógica e condições socioculturais desfavoráveis ou pouco estimuladoras. As causas emocionais são, geralmente secundárias a fatores ambientais como desmotivação, baixa autoestima e desinteresse. “Ambientes familiares pouco estimuladores e com pouca interação sociolinguística podem levar a criança ao não desenvolvimento de suas aptidões e habilidades. Famílias onde os pais não conseguem participar do desenvolvimento escolar do seu filho e, para piorar, só sabem cobrar resultados”, esclarece a fonoaudióloga
 
Distúrbio de aprendizagem
 
É um diagnóstico diferencial tanto em relação à dislexia quanto à dificuldade de aprendizagem, sendo uma expressão genérica que se refere a um grupo de alterações que manifestam dificuldades significativas na aquisição e no uso da audição, fala, leitura, escrita, raciocínio ou habilidades matemáticas.
 
Segundo Antoniazi, os alunos diagnosticados com distúrbio de aprendizagem apresentam características alteradas em habilidades como identificação ou decodificação das palavras, leitura de pseudopalavras (palavras que não existem), fluência e compreensão de leitura, compreensão auditiva, cálculo, raciocínio matemático, soletração, crescimento do vocabulário e expressão escrita e oral. Trata-se de um distúrbio abrangente que leva às dificuldades globais da aprendizagem em todos os níveis.

Fonte: http://www.segs.com.br/saude/30342-mau-desempenho-disturbio-de-aprendizagem-ou-dislexia.html

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DISLEXIA PODE COMPROMETER VÁRIAS FORMAS DE APRENDIZADO


  

 Segundo a Associação Brasileira de Dislexia, o transtorno acomete de 0,5% a 17% da população mundial
Transtorno genético e hereditário, de origem neurobiológica, a dislexia se caracteriza pela dificuldade de decodificar o estímulo escrito ou o símbolo gráfico. Ela compromete a capacidade de aprender a ler e escrever com correção e fluência e de compreender um texto. Em diferentes graus, os portadores desse defeito congênito não conseguem estabelecer a memória fonêmica, isto é, associar os fonemas às letras.
De acordo com a Associação Brasileira de Dislexia, o transtorno acomete de 0,5% a 17% da população mundial, e pode manifestar-se em pessoas com inteligência normal ou mesmo superior e persistir na vida adulta.
A causa do distúrbio é uma alteração cromossômica hereditária, o que explica a ocorrência em pessoas da mesma família.
Pesquisas recentes mostram que a dislexia pode estar relacionada com a produção excessiva de testosterona pela mãe durante a gestação da criança. 
 

 
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Dislexia, Disgrafia, Disortografia e Discalculia
Diana Tereso Coelho
 

Resumo
 
Dentro do grande grupo das Necessidades Educativas Especiais (NEE), as Dificuldades de Aprendizagem (DA) são a problemática com maior taxa de prevalência (48%). Segundo a Associação Portuguesa de Pessoas com Dificuldades de Aprendizagem Específicas, o número de alunos com estes distúrbios tem vindo a aumentar, registando-se atualmente uma prevalência de 5% a 10% da população total de alunos. Assim, torna-se imprescindível que quem convive, ensina e/ou trabalha diariamente com crianças com Dislexia, Disgrafia, Disortografia e/ou Discalculia esteja preparado para compreender as suas características e responder às suas necessidades específicas, designadamente promovendo a criação de contextos educativos e pedagógicos individualizados, que estimulem o desenvolvimento pessoal e social, a aprendizagem e o sucesso escolar e profissional.
 
Palavras-Chave: Dificuldades de Aprendizagem Específicas; Dislexia; Disgrafia; Disortografia; Discalculia.
 

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As barreiras encontradas pelo disléxico no ensino regular
Ana Carolina Bassi Stern
 
RESUMO
Os alunos que possuem um distúrbio de aprendizagem apresentam um conjunto de inabilidades em áreas diversas. Cerca de 35% das crianças em idade escolar possuem algum distúrbio de leitura e escrita, sendo o distúrbio mais comum é a dislexia que é definido como sendo um distúrbio neurológico de origem congênita em crianças com potencial intelectual normal que mesmo não possuindo distúrbios sensoriais e tendo acesso a educação, não conseguem adquirir ou desempenhar satisfatoriamente a habilidade de leitura e/ ou escrita. Estas dificuldades podem vir a atrapalhar a escolarização do disléxico. Este trabalho tem como objetivo fazer um levantamento das principais barreiras encontrados pelos alunos com dislexia no ensino regular. Para realizar este levanto fez-se um estudo de caso, onde um aluno que já havia concluído o ensino médio relatou os principais problemas por ele enfrentados durante este período. Com base em seus relatos pode-se levantar a hipótese de que os alunos com dislexia acabam ficando deslocados e são mais sujeitos a sofrerem bullying na escola, ou ainda podem ser subestimados por professores ou terem dificuldade com o sistema avaliatório; por esses motivos não conseguiriam, portanto, desenvolver-se plenamente.

Palavras-chaves: dislexia, educação inclusiva, ensino regular

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O PSICOPEDAGOGO E SUA INTERVENÇÃO NAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

ROBERTA JANUTH

RESUMO
O psicopedagogo e sua intervenção nas dificuldades de aprendizagem. Esse tema é muito importante, pois na educação existem vários obstáculos, principalmente na dificuldade que a criança tem de aprender os conteúdos propostos pelo professor. Diante disso o educador deve buscar novos conhecimentos para que ocorra a aprendizagem naquela criança independente da dificuldade que ela se encontra, nesse caso entra a função do psicopedagogo em ajudar a selecionar e buscar novos métodos para enriquecer o trabalho de maneira mais ampla para que aconteça a aprendizagem. Na educação tem níveis de dificuldades de aprendizagem de forma diferentes uma das outras, o professor deve refletir analisar antes de tomar qualquer decisão e levar sempre em consideração esse assunto e pensar na sua função como educador e a importância que você tem na vida de cada ser, no espaço que você ocupa na sala de aula. A educação de qualidade nos leva a conhecer e entender os mais existentes no seu cotidiano escolar no qual você está inserido. Às vezes se torna um pouco desconhecido ou mal entendido por alguns profissionais nessa área. Enfim é fundamental entender e saber lidar com as necessidades de cada um. Palavras-chave: psicopedagogo, intervenção, dificuldade, aprendizagem, educação, conteúdos, educador, enriquecer, analisar, necessidades.
Palavras-chave: psicopedagogo, intervenção, dificuldade, aprendizagem, educação, conteúdos, educador, enriquecer, analisar, necessidades.
 

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Natureza das dificuldades de leitura em crianças brasileiras com dislexia do desenvolvimento

Alessandra Gotuzo Seabra CAPOVILLA
Bruna Tonietti TREVISAN
Fernando César CAPOVILLA
Maria do Carmo Alves de REZENDE
 
RESUMO
Segundo uma abordagem de processamento de informação, diferentes estratégias de leitura prevalecem em diferentes estágios, dependendo das características da escrita. No primeiro estágio, logográfico, prevalece a estratégia logográfica, em que o reconhecimento é limitado a umas poucas palavras familiares e dificultado por paralexias. No segundo, alfabético, prevalece a estratégia fonológica de decodificação grafema-fonema, que permite a leitura de palavras novas, desde que sejam regulares grafofonemicamente. No terceiro, ortográfico, prevalece a estratégia lexical de reconhecimento visual direto, que permite ler palavras grafofonemicamente irregulares, desde que sejam familiares. O Teste de Competência de Leitura de Palavras e Pseudopalavras (TCLPP) analisa, sistematicamente, a habilidade de usar cada estratégia. Compõe-se de sete tipos de pares figura-escrita, i.e., uma figura associada a uma palavra ou pseudopalavra. A tarefa é circular os pares corretos e cruzar os incorretos. Os dois primeiros consistem de palavras grafofonemicamente regulares ou irregulares associadas a suas correspondentes figuras. Os cinco últimos consistem de palavras associadas a figuras diferentes, ou a pseudopalavras de quatro tipos: pseudopalavras com pronúncia idêntica à de palavras; pseudopalavras com aspecto similar ao de palavras; pseudopalavras com pronúncia similar em relação à de palavras; e pseudopalavras sem semelhança visual ou fonológica com palavras. Usando TCLPP, o estudo analisou estratégias de leitura de 13 disléxicos, comparando-as às de 2196 normoléxicos de 1 a -7 a série. Resultados mostraram que as dificuldades são 8 basicamente fonológicas. Disléxicos foram tão bem quanto normoléxicos na leitura de palavras, mas significativamente pior na de pseudopalavras, especialmente naquelas com aspecto similar ao de palavras e naquelas com pronúncia similar à de palavras. O estudo corroborou a noção de que o processamento fonológico é o principal quesito de leitura e escrita alfabéticas, e que distúrbios naquele processamento são responsáveis pelas dificuldades específicas de leitura que caracterizam a dislexia do desenvolvimento.

Palavras-chave: Dislexia, fonologia, Português, ortografia.

http://pt.scribd.com/doc/248598179/dislexia#scribd

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